A Globo montou uma operação especial para manter em segredo a identidade do assassino de Odete Roitman (Debora Bloch) no remake de Vale Tudo, atualmente exibido na faixa das 21h. A emissora pretende preservar o mistério até o capítulo final da novela como estratégia para impulsionar a audiência e surpreender tanto o público quanto a imprensa.
De acordo com a coluna Outro Canal, da Folha de S.Paulo, apenas a atriz Débora Bloch e o diretor Paulo Silvestrini terão acesso à cena. Para preservar o suspense, diferentes versões do roteiro foram escritas, mas apenas uma será filmada dias antes da exibição. A gravação da cena final ficará a cargo de Silvestrini, que comanda os episódios da reta final.
Manuela Dias, autora de Vale Tudo, já avançou na escrita dos últimos capítulos da novela e optou por alterar o desfecho conhecido do público. Na versão original de 1988, a personagem Leila, vivida agora por Carolina Dieckmmann, era a assassina de Odete Roitman. No entanto, a produção já decidiu que não repetirá o culpado da primeira versão.
Esse tipo de operação de sigilo foi comum na Globo durante os anos 1980 e 2000, especialmente em finais de novelas com grande repercussão. Nos últimos anos, a emissora passou a adotar medidas mais leves, mas voltou a investir em sigilo absoluto para proteger o impacto do capítulo decisivo de Vale Tudo. O folhetim segue no ar até outubro, quando será substituída por Três Graças, de Aguinaldo Silva.
Desde o início de julho, com o fim de Força de Mulher (2017) na Record, a audiência de Vale Tudo tem crescido. Naquele mês, a novela marcou média nacional de 24 pontos, o melhor desempenho da faixa das 21h em 11 meses –desde que Renascer (2024) alcançou 26 pontos no ano passado. Com o bom desempenho, a produção voltou a ser a trama inédita mais vista da televisão brasileira, superando Dona de Mim, das 19h.


